Polícia Federal e investigação de apostas suspeitas
A Polícia Federal está conduzindo uma investigação sobre apostas suspeitas envolvendo o atacante Bruno Henrique, do Flamengo, que teria recebido um cartão amarelo em partida contra o Santos para beneficiar apostadores. Este incidente, ocorrido durante o segundo turno do Campeonato Brasileiro de 2023, trouxe à tona questões de integridade no esporte e possíveis laços entre o jogador e os apostadores.
Como as apostas foram realizadas?
Conforme as investigações avançam, evidências apontam que amigos e parentes do jogador podem ter criado contas nas casas de apostas para lucrar com o cartão de Bruno Henrique. Dentre os valores identificados, destacam-se apostas de R$ 3.050,00, R$ 2.300,00 e R$ 1.500,00, com potencial de lucro que variou entre R$ 3.050,00 e R$ 6.100,00. Esses valores sugerem uma movimentação incomum, especialmente pelo direcionamento e repetição do padrão de apostas.
Casas de apostas e detecção de movimentação suspeita
As casas de apostas Betano, GaleraBet e KTO identificaram perfis atípicos apostando no evento de Bruno Henrique receber um cartão amarelo. A Betano, por exemplo, retirou a possibilidade de apostar no cartão do jogador ao perceber que novas contas apostavam montantes elevados e incomuns. Os registros indicaram que essas contas eram originárias de Belo Horizonte, a cidade natal do atleta, o que chamou ainda mais a atenção dos operadores.
Outros dados obtidos pela GaleraBet revelaram que quatro contas foram criadas no Brasil 24 horas antes do jogo e apostaram especificamente no cartão do atacante. A KTO também registrou uma movimentação semelhante, com novas contas focadas apenas no evento do cartão para Bruno Henrique.
Odds e lucros potenciais: Entenda o impacto financeiro
O relatório da IBIA (International Betting Integrity Association) indicou que as odds para Bruno Henrique receber um cartão amarelo eram de 3,10. Isso significa que, para cada R$ 1 apostado, o retorno seria de R$ 3,10 caso o evento ocorresse. Essas odds, combinadas com o volume de apostas registradas, confirmam um direcionamento claro nas intenções de aposta, indicando uma possível manipulação.
Percentuais de apostas e comportamento de contas novas
Segundo informações das operadoras, aproximadamente 98% do volume de apostas sobre o evento de cartões foi direcionado a Bruno Henrique. Na GaleraBet, o percentual foi de 95%, enquanto a KTO apontou um “alto volume” direcionado ao mesmo resultado. O envolvimento de novas contas e a elevada porcentagem de aposta sugerem uma forte confiança na ocorrência do evento, levantando ainda mais suspeitas para a PF.
Conclusão: Os próximos passos na investigação
Com todas essas informações em mãos, a Polícia Federal deve ampliar as investigações para determinar se houve de fato uma colaboração entre Bruno Henrique e os apostadores, e se há provas de manipulação. As casas de apostas já colaboram com as autoridades para oferecer dados adicionais, ajudando a construir um panorama mais detalhado desse possível caso de manipulação esportiva no futebol brasileiro.