Uma nova tentativa de repartir o dinheiro do direito de arena causou insatisfação nos jogadores que atuam no Brasil. Após a divulgação do texto do Projeto de Lei 2336, capitães dos principais clubes brasileiros, tanto da Série A quanto da Série B, começaram a se articular. Até uma hashtag foi criada no Instagram.
O PL traz a previsão de que os 5% de receita proveniente da exploração dos direitos de transmissão repassados pelas emissoras aos clubes será distribuída, em partes iguais, aos atletas profissionais, aos árbitros de campo e aos treinadores participantes. Alguns jogadores recorreram à Fenapaf (Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol). Outros foram até aos sindicatos estaduais. De qualquer forma, o que os jogadores temiam, que é a perda de direitos, está prestes a acontecer.
Para evitar que o direito de arena seja mudado, o presidente do Sapesp (Sindicato dos Atletas Profissionais do Estado de São Paulo), Rinaldo Martorelli, vai se encontrar com o deputado Júlio César Ribeiro (Republicanos-DF), relator do PL, nesta terça-feira (06). Na próxima segunda-feira (12), será a vez da Fenapaf se reunir com o deputado. Além dos dirigentes da entidade, o ex-goleiro Fernando Prass, e o volante Hudson, do Fluminense, deverão estar presentes.
+ PAQUETÁ, EX FLAMENGO SALVA O BRASIL MAIS UMA VEZ; ASSISTA
Também nesta terça-feira, o PL estará na pauta da Câmara dos Deputados para ser votado o regime de urgência do projeto. Assim que o regime de urgência for aprovado, estará livre para ser pautado e levado ao plenário da Casa. A ideia do deputado Júlio César Ribeiro é a de que o PL seja votado antes do recesso parlamentar, dia 17 de julho.
“Ninguém liga a TV para assistir árbitro e treinador. Isso é um absurdo, uma total inversão de valores”, disse à reportagem um presidente de sindicato que preferiu não se identificar. Atletas e dirigentes sindicais se veem no meio do fogo cruzado entre o governo federal e a Rede Globo. A reportagem apurou que dirigentes da emissora estiveram em Brasília para uma conversa com os deputados que conduzem as tratativas na Câmara. Isso porque o principal motivo para edição do PL é a mudança do artigo 42 da Lei Pelé, permitindo que a decisão da transmissão do jogo cabe unicamente ao clube mandante e não mais à emissora que tivesse acordo com ambas as equipes.
Se o PL for aprovado com a atual redação, sindicatos já falam em procurar partidos políticos para entrar com uma ADI (Ação Direta de Inconstitucionalidade) no STF (Supremo Tribunal Federal).
Fonte: UOL